PROCESSO DE DIAGNÓSTICO DA SURDEZ INFANTIL
ETAPAS
Fga Dra Cristina simonek

Prezados pais e colegas da Intervenção

Elaboramos esse roteiro na tentativa de esclarecer nossas condutas na investigação diagnóstica da deficiência auditiva e fornecer aos pais uma noção das etapas que serão realizadas  de acordo com nossa experiência e rotina clínica , lembrando sua variabilidade de acordo com a criança. Estaremos divulgando entre nossos pacientes e solicitamos sua colaboração.

Chamamos  de PROCESSO DE DIAGNÓSTICO, pois é composto de diversas etapas que se coordenam uma após a outra para a obtenção de uma bom resultado final, ainda que os pais estejam muito ansiosos , e queiram realizar "tudo de uma vez só", o que é compreenssível, contamos com seu apoio para orientá-los da necessidade de realizá-lo por etapas.

Início do processo: Suspeita dos pais ou falha na Triagem Auditiva Encaminhamento para serviço especializado em deficiência auditiva (surdez)

1a ETAPA - Diagnóstico Audiológico:

- Tem a finalidade de estabelecer o tipo, grau e Configuração da Perda Auditiva, é realizado por Fonoaudiólogo com Título de Especialista em Audiologia concedido pelo CFFa.  O audiologista poderá ainda:

- Selecionar e Adaptar o aparelho auditivo, orientar com relação a possibilidade de implante coclear, sistema de FM e outros.


- Realizar a "contenção" (orientação/ aconselhamento) dos pais através da condução adequada do processo e acesso a informação sobre a surdez. (isso é realizado através de diversos encontros/ consultas) e sobre a  inter relação entre os achados dos exames, a história do paciente , os aspectos médicos da perda auditiva  e o prognóstico do caso.

- Encaminhar para o processo de Intervenção (Estimulação ou (re) habilitação com Fonoaudiólogo especialista em Linguagem (Título de Especialista outorgado pelo CFFa ou similar ).

Nota: Em muitos casos é necessário iniciar a intervenção antes da finalização de todas as etapas do diagnóstico. A intervenção permite maior orientação e acalma os pais num momento difícil da aceitação do problema e desenvolve habilidades auditivas de atenção e consciência sonora na criança o que irá possibilitar respostas mais precisas na escolha do aparelho e na audiometria.

- O processo se inicia no bebê e se extende até que limiares auditivos sejam obtidos de forma individualizada para a orelha direita e esquerda, tanto por via aérea quanto por via óssea de forma fidedigna através da Audiometria lúdica Condicionada, isso só será possível em torno de 3 a 4 anos de idade , dependendo da criança  !!!!!!! a partir dessa idade é que deve retornar para controle  audiológico 1 vez por ano.

- É necessário Ter em mente que um parecer diagnostico é realizado através da experiência clínica do audiologista na área da surdez + conhecimento da história do paciente + observação da criança + correlação entre os resultados encontrados nos exames.
 
  Resultados de exames avulsos não devem ser tomados como diagnóstico, pois podem levar a enganos lamentáveis , face que a audição é entre os sentidos, o mais complexo, com 6 sinapses e muitas associações, da ponta da orelha até o cérebro ! Ex: a presença de um "simples" muco na orelha média , pode causar uma alteração no exame de otoemissão e no BERA .


COMO É O PROCESSO E QUE EXAMES SERÃO REALIZADOS ?

A) Consulta com audiologista pediátrico.
B) Exame de Audiometria Comportamental (Uso de Emissores sonoros - KIT)
C) Exame de Impedanciometria (Timpanometria)

CASO A IMPEDANCIOMETRIA DE RESULTADO ALTERADO (PERFIL TIPO B, C OU AR ) SERÁ PEDIDO TRATAMENTO COM ORL E RETORNO.

CASO A IMPEDANCIOMETRIA DE RESULTADO NORMAL (PERFIL TIPO A )
PODERÁ CONTINUAR REALIZANDO OS SEGUINTES TESTES:

D) OTOEMISSÃO ACÚSTICA EVOCADA
E) PAETE (BERA)
     O BERA inicialmente é feito utilizando um estímulo acústico chamado de click, que fornece um limiar eletrofisiológico, útil  para o diagnóstico da surdez, mas pouco específico para adaptação do aparelho auditivo.
     Posteriormente pode ser feito utilizando outros estímulos denominados de "Tone burst" ou frequência específica que fornece informação de frequência de 500 até 4000 Hz, muito úteis para adaptação do aparelho auditivo.
      Em crianças com suspeita de alteração na parte média do ouvido, efusão, alteração de pressão, síndrome de down, má formação de conduto ou pavilhão auditivo poderá ser realizado o BERA com um vibrador ósseo, para definir o tipo da perda, se condutiva ou coclear !

Ao final teremos os limiares auditivos iniciais para início do processo terapêutico e Protetização. Esses limiares podem se alterar no decorrer da vida da criança , para melhor pois com a terapia as habilidades auditivas de atenção, localização e discriminação se desenvolvem ou para pior no caso das perdas progressivas.

 

2a ETAPA - DIAGNÓSTICO MÉDICO DA PERDA AUDITIVA (SURDEZ)


A) OTORRINO - Tem por objetivo verificar as condições anatômicas da orelha externa, média e interna. Além do exame clínico realizado na consulta, serão realizados os testes de imagem da parte óssea através da Tomografia Computadorizada e da ressonãncia magnética que trará informações importantes sobre o Nervo Auditivo. EX: Imaginem colocar um aparelho auditivo numa criança com ausência de cóclea ou agenesia do VIII par craniano ! O Diagnóstico Médico é Imprescindível na nossa rotina !   As alterações na orelha média  também são muito importantes e podem causar um atraso de linguagem muito significativo.

B) GENÉTICO - Verficação do GEN da Conexina 26 no caso de perda coclear ou Mutação genética DFNB9 no caso de neuropatia (OTOF)

C) ALTERAÇÕES ASSOCIADAS- caso existam serão encaminhadas aos especialistas: Cardiologista, Nefrologista, Neuropsiquiatra etc...

 


O QUE SERÁ FEITO NO ACOMPANHAMENTO ??? QUANDO DEVO RETORNAR ?????

a) Após tres (3) meses do início da terapia a criança deve marcar uma nova consulta para acompanhamento + exame de impedanciometria + VRA (Audiometria de reforço visual ) na faixa de 6 meses a 2 anos e com outras tecnicas nas outras faixas de idade. (Campo Livre)


b) Após seis (6) meses do início da terapia : marcar nova consulta para acompanhamento + exame de impedanciometria +  Ganho protético (verificação do ganho funcional do aparelho, inicio da comparação dos limiares, com e sem aparelho) + Audiometria .

c) Em conjunto o Audiologista Clínico + o Fono da estimulação + a Família discutirão a possibilidade do encaminhamento para o Serviço de Implante Coclear.


Repetir a Audiometria + Impedanciometria semestralmente  (6) utilizando das variadas técnicas (campo livre , com/ sem fone, com /sem via óssea , condicionamento ) de acordo com o desenvolvimento da criança até a "ALTA"  em torno dos 3 a 4 anos, quando então retornará anualmente.

Repetir o exame clínico ORL semestralmente (6) ou a qualquer momento caso haja história de otites.

Atenciosamente

Audicenter serviços Audiológicos
www.surdez.com.br
Largo do Machado, 29 sala 322 - Tel : (21) 22 25 26 68 e 2578-8331


 
 
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